
Em 2023, a MottaFX realizou a cobertura oficial da segunda edição da Aldeia da Inovação Social, iniciativa da Portugal Inovação Social, realizada na Aldeia da Luz, em Mourão, no Alentejo. Durante dois dias, o território recebeu representantes de projetos sociais, fundações, universidades, investidores de impacto, autarquias e organizações que atuam diretamente na transformação social em Portugal.
Desde o início, o trabalho começou muito antes das câmeras ligarem. Estudámos cuidadosamente todo o programa do evento ainda na fase de pré-produção, analisando palcos, horários, tipos de painel e momentos institucionais. A partir disso, foi possível desenhar uma estratégia de cobertura eficiente, capaz de acompanhar a dinâmica de vários palcos ao mesmo tempo sem perder os momentos mais relevantes.
Para dar conta dessa complexidade, montei uma equipe com dois videógrafos e um fotógrafo, o que permitiu que estivéssemos presentes em diferentes espaços da Aldeia da Luz em simultâneo, registrando tanto os debates quanto os bastidores, o público e os encontros entre as pessoas.
A própria Aldeia da Luz carrega uma história muito particular. A aldeia original foi submersa com a construção da Barragem do Alqueva e toda a população foi realocada para o local onde hoje acontece o evento. O Museu da Luz, instalado ali, preserva essa memória. Existe algo de muito simbólico em realizar um encontro sobre inovação social justamente num lugar que precisou se reinventar completamente.
Ao longo dos dois dias, a Aldeia da Inovação Social espalhou-se por vários espaços da vila, com seis palcos ativos em simultâneo, entre o Largo 25 de Abril, o exterior e interior do Museu da Luz, a Sociedade Recreativa Luzense, a Casa dos Pássaros e a Junta de Freguesia. Passaram por ali conversas sobre inovação social, economia de impacto, educação, sustentabilidade, saúde mental, empregabilidade, cultura, políticas públicas e inclusão social. Entre as presenças institucionais, esteve Filipe Almeida, presidente da Portugal Inovação Social, que tem um papel central na consolidação deste ecossistema no país.
A parte técnica da cobertura acompanhou o ritmo do evento. Trabalhámos com drone, gimbal e tripé, com o uso constante de filtros ND para manter o controle da exposição, e a teleobjetiva foi essencial para captar expressões, reações e detalhes à distância, especialmente nos palcos maiores. Tudo pensado para garantir não apenas o registro, mas a construção de uma narrativa visual consistente.
A edição de 2023 contou com a promoção da Portugal Inovação Social, da CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social e da ESLIDER – Associação Portuguesa para a Inovação Social. Teve ainda forte apoio institucional da República Portuguesa, através do Ministério da Coesão Territorial, do Gabinete da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, além do Alto Patrocínio do Presidente da República. No campo internacional, integrou o projeto europeu FUSE, com co-financiamento da União Europeia e do Fundo Social Europeu. Entre os parceiros estratégicos estiveram instituições como o Banco BPI, a Fundação “la Caixa”, a Fundação AGEAS e a Fundação Calouste Gulbenkian, entre outras entidades ligadas à inovação e ao investimento social.
Mais do que uma sequência de painéis e apresentações, a Aldeia da Inovação Social revelou-se, mais uma vez, como um grande ponto de encontro entre projetos muito diferentes, mas unidos pela vontade de gerar impacto real nos territórios. Em cada intervalo, nos corredores, nas saídas dos palcos, surgiam novas conversas, trocas rápidas, ideias em construção.
Para a MottaFX, essa cobertura foi também um exercício de atenção e escuta. Entender quando se aproximar, quando recuar, quando observar em silêncio e quando transformar um momento em imagem. Ao final dos dois dias, voltámos com muitos registros gravados, mas também com a sensação de termos acompanhado algo que vai além do próprio evento.
A segunda edição da Aldeia da Inovação Social, em Mourão, confirmou que a inovação não acontece apenas nos grandes centros. Ela nasce também em territórios como o Alentejo, a partir das pessoas, das comunidades e das histórias que continuam em movimento — mesmo depois que as luzes dos palcos se apagam.


